Sei que a Parte I não foi muito engraçada, mas estou com o coração na mão pra digitar e isso me corta um pouco do poder humorístico que costumava rodar facilmente pelos meus dedos. Esta parte, PORÉM, possui coisas que com certeza são, no mínimo, TOSCAS! _bom, na hora, pra mim, não foi nem tosco, nem engrassado, muito menos dignas de se pensar "porra, isso vai dar história pra frente", mas vamos ver_
Agora vem o PERRENHE!!!
Segunda amanheceu como uma tijolada na minha cara. Não que e estivesse de ressaca, não tive em nenhum dia, mas dormir no chão, sujo, com areia e esquecer que estava mascando chiclete e ele ter grudado no seu cabelo não é um belo modo de começar o dia. Quase tive que cortar fora minha trança Padawan Power Deluxe, foi tenso...
Resolvemos ir à praia do Futuro -que de Futuro tem nada; esperava ver umas navezinhas passando, conhecer uns alienígenas, perguntar se já haviam inventado algum tipo de DeLorean voador, mas nããããoooo, só um mar furioso e uma praia suja!- e dentro do busão conheci uma carioca chamada Gabriela. Logicamente, a galera começou a me colocar pilha pra chegar nela e tals! Confesso: pensei, olhei pra ela, e tentei começar uma conversa de segundas intenções... mas queeeeeeem disse que consegui??! QUEM?! Se eu gaguejei? Fraquejei? Não sabia o que falar, o que fazer??! SABIA SIM, tava claro como água na minha cabeça! O que me fez parar foi uma pequena vozinha, que mais tarde iria se tornar no BERRO que começou a me retornar a consciência, que me
perguntou: "É isso que você quer?... Ou é isso que você acha que precisa?..."
Não fiquei com a garota, e ela sempre vinha atrás de mim pra conversar e bater papo. Ela acabou ficando com um dos meus novos amigos do busão, mas mesmo assim, vivia sempre me encontrando. Virou uma grande amiga, pelo menos eu acho. Sabe-se lá se ela realmente queria alguma coisa além disso, prefiro pensar que não.
Após este dia, o ENEH era só festa: toda noite, rolava festa nos alojamentos, e os de Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia eram os mais animados!
MARACATÚ ATÔMICO, olodu
m caseiro, música brasileira e entorpecentes à rodo! Neste dia, bebi mais Raimundón -que é o drink feito com pinga que a galera da UNI tem os hábitos de fazer- e fui dançar! Não que eu dancei muito, não me lembro... Me lembro novam
ente de acordar na terça de manhã com alguém me chutando, e fomos pro CHURREH!, churrasco da galera do ENEH numa churrascaria perto da faculdade.
Eu fiquei sozinho à noite... Todo mundo ocupado, ou dormindo ou transando ou tentando manter a onda rolando, e fiquei andando, até sentar na porta da sala pra desenhar e ficar lá até ver que o ambiente estava silencioso! Foi quando reparei que já era quase 4 ou 5 da manhã e a galera tava indo dormir, e eu ainda estava sentado do lado da porta com o caderno na mão sem ter rabiscado uma linha sequer de desenhos. Nem sequer liguei o mp3. Esqueci de tudo isso. Durmi pra acordar dali umas horas.
Nesta noite de terça pra quarta, eu pensei muito... Estava bêbado, com muita fome (larica?! talvez...), de onda e muito confuso e perdido! Era pra eu gostar daquela festa constante e livre, por que não me animava ou divertia ou aproveitava?! Estava tudo forçado demais pra mim. E cada vez mais, pensava em BH e no que deixei pra trás, e meu orgulho ferido ainda berrando "naaada, tá tudo beeem, cê tá JÓIA!", mas aquela dorzinha crescente no peito e aquela vozinha já não mais sussurrando me convenciam do contrário.
Então, quinta chegou... Quinta foi O DIA! Quinta foi o DIA DA
BABILÔNIA/FUMEH! A Babilônia é a iniciação dos calouros de ENEH
, quando têm que recitar o mandamento e tomar um drink escabroso de uma golada só! Não faço nem idéia do que era este drink, só sei que tinha ração de gato, que grudou no meu dente (eca!). E depois foi o FUMEH! O FUMEH é a arrecadação de maconha por parte dos estudantes para fazer um beck gigante! "Um beck gigante na boca do estudante", como entoaram os cânticos! Ficou maior que uma telha de telhado e por isso mesmo, tinha que estar em cima dela pra ter alguma sustentação. Mas não foi divertido, não me empolguei, nem senti nada... Resolvi beber então! Acabei me encontrando com a turma do Raimundón e fui bebendo méh com Quaresminha _hehehe, peça demais esse cara_ e Jão Paulo, meu veterano de curso, e perambulando por aí, até de manhã cedinho! E foi aí que rolou o "banho coletivo"! Na verdade, não rolou, mas passaram duas meninas e um cara, as duas apenas de calcinha e o cara peladão, berrando "Banho coletivooo!"
Apesar da visão das minas nuas, e do susto momentâneo que tive, não gradei não, e foi o acender do pavio... Tava gostando daquilo nãããooo!! Tava demais! E quando as vi, com os peitos pra fora, eu pensei na hora em outra pessoa... e doeu como um chute no estômago! Dali fui direto pra cama e acordei com Rafael me chutando pra ir pra última praia, na sexta... Nem queria ir, mas achei que não era coisa pra se perder. Fomos pra "Prainha", e fiquei MUITO tempo no mar e MUITO tempo sentado à tóa, meus pensamentos voando soltos sem controle nenhum! Já não tinha vontade nem de me esforçar em me divertir, só queria ficar quieto, em paz, traquílo... Antes tinha dúvidas, agora sabia: não queria aquilo pra mim. Mas falo na próxima parte, o final: de sexta à domingo, e todo mundo achando que eu estava doente...
Vou tentar escrever a Parte III o mais rápido possível! É a parte que acho mais importante, ou pelo menos que lembro melhor e que mais gostaria de falar! Bom, até depois!