segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Divagações, fórmulas e cappuccino (parte 3)

O Um e seu Céu





... Não tão comum ao masoquismo sentimental, mas mais perceptível, está o físico. Este vem ganhando espaço, tornando-se, a cada geração, melhor aceito. Antes que prossiguemos até a conclusão, advirto-os novamente: não sou o juíz, tão pouco Deus. Não estou a julgar, mas apresentar perspectivas diferentes.

Começa desd'a infância, quando, em sua busca por conhecer-se, conhecer os limites de si, crianças tentam perfurar-se, competem pelo mais resistente, o menos choroso. No desenvolvimento, em detrimento às necessidades sociais, a pessoa ainda em crescimento se permite adoecer, machucar-se, desgastar-se enquanto executa funções laboriais, educacionais ou esportivas. Nesta última em especial, há a intensa sensação de prazer proporcionada pelo cansaço e desgaste físico. Já em maduro e sexualmente ativo, ocorre uma certeza maior desse prazer.

É no ato sexual em que percebemos o desabroxar dessa - ainda - peculiar característica. O ato em si já é doloroso para a mulher, ou para o homoafetivo, a princípio. Mas
o querer, o desejo de tornar-se um, de fundir-se com o parceiro é maior. Disso surgem desde unhas e dentes a agressões seriamente violentas. Em alguns casos, a morte. Alguns relatos descrevem o momento orgástico, quando em asfixia ou outra condição de quase-morte, como ainda mais prazeroso. Surgem daí alguns fetiches, os quais abordarei no próximo texto.

Não nego, aliás, que é gostoso levar umas dentadas e unhadas na hora do sexo. Isso faz de mim um masoquista? Daí chegamos na questão:
a partir de onde alguém passa a ser masoquista? Onde a dor deixa de ser dor para tornar-se prazer? Qual o limite entre dois extremos?

Pontos de vista! Cada qual com suas características, defeitos, anseios, limites e virtudes! Nunca o indivíduo em si fora tão valorizado antes. N'um contexto onde o planeta é habitado por bilhares de humanos, e tantos outros animais, é um fato surpreendente! Mas sendo a sociedade ditadora de tendências e padronizadora das mesmas, seria a valorização do indivíduo, a busca pelo "diferente" um reflexo ou uma nova padronização?

E se essa busca pelo diferente criar tantas culturas quanto pessoas? Seria então possível a extinção dos tradicionais rótulos, que nos acorrentavam às condições de um grupo específico, globalizando assim, de fato, todo o planeta. E se, sentindo-se culturalmente completo diante de suas escolhas, sem a necessidade da agregação aos seus semelhantes - visto que já não haverá mais nenhum - a quebra de padrões proporcionar um individualismo ainda maior que o já existente?

Seja qual desses caminhos a humanidade seguirá, espero de coração que sigam pelo único o qual ela, misteriosamente, tende a trilhar:
o do meio, do equilíbrio. Nem A, tampouco B. Mas, para isso, faz-se necessário BOM SENSO, uma vez que seus direitos terminam n'onde começam os do outro.


E aqui termina a sequência =D Respostas... quem sabe seja essa a eterna missão do ser humano? A busca por respostas, as mais diversas, todas. O conhecimento que separa homens dos Deuses. Entretanto, sozinho ninguém conseguirá nada. Peço então a ajuda de vocês, 'vão lá galera, digam o que pensam sobre o assunto! Limites, individualização, masoquismo, a dor no prazer de amar, Plural Filosoficamente Metafônico na área! E, no próximo post: FETICHES!




Música da Vez: Renato Russo e Zélia Duncan - Cathedral Song

Nenhum comentário: